Escondido por detrás da carência emocional, cometemos os
mais severos atos de egoísmo e maldade contra as pessoas próximas e amadas.
Nosso parceiro ou parceira, pai ou mãe, filhos, irmãos, amigos. Manipulamos.
Prendemos. Chantageamos. Agredimos. Subornamos. Não nos bancamos, sentimos
falta de amor, segurança, afeto, carinho e prazer, e então exigimos que o outro
dê. Fazemos de tudo para que ele nos dê aquilo que acreditamos estar faltando.
Até agradamos o outro e fingimos que estamos dando de coração! Mas no fundo, só
queremos receber. Somos emocionalmente, muito imaturos.
As feridas emocionais se estabelecem na infância. Quando não
nos sentimos amados pelos pais e pelas pessoas que estavam envolvidas na nossa
criação. Desde a barriga, sentimos todos os sentimentos da mamãe, e como não
éramos conscientes, ou seja, não tínhamos mente para distinguir o que “sou eu”
e o que “é minha mãe”, todos os medos, rejeições, agressividade, maldade,
inveja, ciúme, crises, loucuras dela e do passado familiar, vivenciamos como
sendo nossa carga. Aprendemos a carregar sensações emocionais distorcidas.
Carregamos nos ombros e após crescermos, sentimos a dureza destas emoções na
nossa pele, nos nossos músculos, na nossa mente e nas coisas que acontecem em
nossa vida. Atraímos todo tipo de situação influenciado pela energia de atração
destas emoções interiores, e geralmente, inconscientes. Assim é o jogo neste
universo.
Necessitamos das parcerias problemáticas. Dos golpes que
sofremos de pessoas que achávamos amigas. Precisamos dos desfalques e problemas
financeiros. Das doenças e o que elas provocam em nosso emocional. Das perdas
materiais e de entes queridos. E não é por punição que o Universo nos concede
estes aprendizados. É por imensa compaixão e amor.
Deus, eu sua infinita perfeição, sabendo sermos Sua criação,
nos dá as lições exatas para que possamos manifestar também a perfeição divina,
o perdão verdadeiro e sincero e o amor incondicional.
Embora a humanidade como um todo esteja no mesmo patamar
evolutivo, alguns já estão se desvencilhando das provas finais, indo para um
outro nível, enquanto outros, ainda estão nas provas de recuperação. O ego
humano é muito duro. A mente é muito inflexível. E por acreditarmos que as
coisas que aparentemente são “ruins”, “imperfeitas” e “difíceis” devem ser eliminadas da nossa vida, gastamos muita
energia e tempo evitando sentar no banco escolar, olhar a prova de frente e
procurar resolvê-la. Nos escondemos no banheiro, fugimos para o pátio, ficamos
tomando um cafezinho na lanchonete, enquanto poderíamos estar finalizando os
testes.
Para aquelas pessoas que têm consciência, já ficou claro:
relações familiares, relações afetivas, desenvolvimento profissional e
financeiro, saúde e bem-estar, tudo isso são lições da escola da vida. Não
estamos numa família para sermos felizes, vivenciarmos amor, sermos respeitados
e amados incondicionalmente. Nem uma relação afetiva serve para isso... a não
ser nos contos de fada. Uma namorada ou namorado não serve para preencher o
vazio emocional que sentimos. Nem uma fortuna em dinheiro preencherá este
vazio.
O vazio emocional é... nossa lição. Não é para ser
preenchido. Não é para ser eliminado. É para vivenciarmos, olharmos para ele,
parar de negá-lo. Estou falando para você que está trilhando conscientemente o
seu caminho espiritual. Esta é a sua prova, e não adianta colar. Não adianta
querer que outra pessoa faça a prova no seu lugar. Esse é o seu quinhão de aprendizado,
e é onde está a chave da sua libertação. Olhe para suas carências. Olhe para
seus medos. Aprenda a fazer amizade com eles. Atrás deles, tem muita história,
muitos fatos sendo ajustados, e ao olhá-los de frente, amorosamente, você verá
o seu imenso poder divino se manifestando. Não espere que ninguém,
absolutamente ninguém lhe tire o prazer de descobrir este poder dentro de si.
Até porque ninguém poderá fazer isso. Esse caminho é seu. E deve ser trilhado
somente por você.
Alex Possato
Nenhum comentário:
Postar um comentário