Para sermos aceitos e amados, criamos várias
máscaras, imitações de modelos idealizados que nos dão certa segurança para
enfrentar o mundo. Mas, para sobreviver à tensão de sermos descobertos nessa
mentira, fugimos daquilo que somos. Voltamos nossos olhos para o exterior e
esquecemo-nos de nós mesmos. Resultado: estresse, frustração, carência…
Vamos acordar desse sono profundo e olhar a vida de
frente, conscientes de quem somos, para então ir mais além. Vivemos em um mundo
comandado pela Lei de Ação e Reação. Além de Newton, Einstein nos ensinou que a
vida é como jogar uma bola contra uma parede: se jogarmos uma bola azul,
voltará azul; se jogarmos vermelha voltará vermelho; se jogarmos com força,
voltará forte e se jogarmos fraca, voltará fraca. Passamos nossa vida apenas
reagindo às bolas que recebemos e que, em grande parte, machucaram a nossa
sensibilidade, através de uma programação que nos impede de ver a realidade –
como se fossem lentes distorcendo os acontecimentos, de forma única e original.
Para nos protegermos das “bolas” que nos atingem –
que, numa visão mais profunda, percebemos que foram atiradas por nós mesmos,
vamos desenvolvendo esquemas de defesa, ou máscaras, para lidarmos com os
diversos tipos de possíveis agressões.
Pouco a pouco, nos fragmentamos e consequentemente nos fragilizamos, e pior: confundimo-nos e nos identificamos com algumas das máscaras desenvolvidas. Se não funcionarem como esperamos, nos julgamos com a percepção dual e nos condenamos.
Pouco a pouco, nos fragmentamos e consequentemente nos fragilizamos, e pior: confundimo-nos e nos identificamos com algumas das máscaras desenvolvidas. Se não funcionarem como esperamos, nos julgamos com a percepção dual e nos condenamos.
Imaginemos que nosso cérebro funciona como um
computador avançadíssimo, que começa a ser programado ainda na vida
intrauterina; as impressões ficam registradas em um momento em que o intelecto
pouco desenvolvido ainda não está pronto para decodificá-las de forma correta.
As informações gravadas em nossos neurônios formam uma rede por demais
complexa, ainda incompreensível para nós – imagine a quantidade de informações
armazenadas por pais, professores, conhecidos, leituras e televisão;
informações incoerentes e contraditórias entre si.
Poderíamos citar um milhão de mensagens
conflitantes que recebemos através da vida, e que confundimos com nós mesmos.
Somos o que pensamos? Se não está satisfeito com quem é ou com os resultados de
sua atuação, está na hora de questionar as verdades que tomou como suas.
Assim como os cientistas diariamente descobrem
novas verdades que fazem com que reconsiderem as primeiras, precisamos rever
nossas crenças: ousar dar um passo além, para conhecer melhor a nós mesmos e ao
mundo em que vivemos. Mergulhar no universo profundo em nosso interior, até
encontrar onde nos boicotamos. Essa é a verdadeira viagem da vida.
Lá no fundo, você se sente insuficiente?
Superficial? Não merecedor?
Benvindo ao clube! Ao descobrirmos as nossas
principais crenças sabotadoras, podemos neutralizá-las, deixando de ser vítimas
de suas criações no mundo dos efeitos.
Dizem que somos feitos à imagem e semelhança de
Deus; portanto, somos o Todo em uma sucessão infinita de aspectos.
Consequentemente, temos dentro de nós todas as possibilidades daquilo que
chamamos de ‘bem’ e de ‘mal’.
Através da ilusão provocada por nossos sentidos, percebemos
e reagimos ao mundo dentro de uma visão dualística: bem e mal, bonito e feio,
certo e errado, podendo nos manifestar com qualquer aspecto da nossa
totalidade, claro ou escuro, luz e sombra, santo ou pecador…
Mas, na realidade não somos pecadores a caminho da
santidade, nem homens maus que se tornarão bons: sendo um ‘Todo’, no pecador já
existe o santo; no sofredor, o redimido; no mentiroso, o verdadeiro; no
mesquinho, o generoso. Quando abdicamos da hipnose da dualidade, a compreensão
de si e do outro se torna mais próxima, e o que vemos ilusoriamente como partes
distintas e separadas, formam a unidade, que é a perfeição.
O nosso aprendizado é o de saber lidar com nossas
infinitas possibilidades internas para realizar os nossos sonhos. A nossa evolução
não consiste em viver na dualidade passando de um lado para o outro, mas sim em
nos vermos – e ao outro – sem julgamento, simplesmente usando a compreensão: o
terceiro elemento.
Essa é a verdadeira alquimia do Ser.
Anna Sharp
Fonte: www.annasharp.com.br
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