Nos
últimos 50 anos, nosso prato de comida, perdeu mais da metade os nutrientes.
Nossas doenças passaram a ser tratadas com elementos sintéticos, vivemos o
estouro da boiada tecnológico e tudo passou a ser muito rápido e curto.
Avançamos
tecnologicamente mas, nosso conceitual continua como há milhares de anos.
Básico instinto. Nossa pressa, cada vez mais apressada, rouba-nos a
possibilidade dourada de vivermos bem e termos a tecnologia como aliada e não
como vilã.
Eu mesmo
estou desde abril e espero que para sempre, longe fisicamente dos grandes
centros urbanos. Depois de 40 anos nascidos e vividos em cidade grande, decidi
morar no Brasil Central.
Trouxe a
internet, mas deixei o barulho, a fumaça, a agonia sufocante da metrópole e a
paranóia moderna para trás. Estou definitivamente colocando a tecnologia à
minha disposição. Mas vamos voltar aos paradigmas, porque já é hora de
revisarmos nossos conceitos de viver.
No umbral
do século 21, temos que ter a consciência de que sem mudarmos nossos conceitos
sobre a vida, perderemos de vez o controle. Partindo-se de um ponto de vista
quântico, todos os nossos problemas e questionamentos desaparecem, nossos desejos
insatisfeitos também. Começa com o simples querer que seja diferente; foi com
essa fórmula que eu mudei de São Paulo, perdi 20 quilos, regulei o organismo,
aumentei a substância do meu sono, sem aumentar o número de horas e outras
mais.
A crença
de que temos que esperar dos outros, sejam eles a Ciência, o Governo, a Igreja,
conduz-nos fatalmente ao fracasso, porque toda vez que um desses nossos eleitos
pisa no tomate, vão pelo ralo também, um pouco das nossas esperanças.
Nosso
tempo vive grandes dramas sem solução porque sempre esse conceitual de que
falo, o básico instinto, entra na frente com uma solução genial, (que não deixa
ninguém pensar e vai mais longe, aproveita que no geral não gostamos de
pensar), que o tempo depois acaba demonstrando, não ser boa nem verdadeira.
Se
tomarmos novamente o ponto de vista quântico, veremos que nada é definitivo,
porque o universo está em constante evolução e expansão. Veremos que os
conceitos mudam mas continuamos tradicionais. Falamos na revolução da família,
na revolução das religiões, na revolução da saúde, no mundo globalizado e sem
fronteiras, mas continuamos observando o sonho de muitos jovens casadoiros e
sonhando com a prole, as igrejas continuam lotadas, remédio só se for de
farmácia e o passaporte, continua obrigatório em muitos lugares.
Brigamos
ainda por coisas muito pueris, como pedaços de terra, fechadas no trânsito,
partilha de bens. Cuidamos então de sofrer e adoecer por causa de coisas que em
suma não precisamos, nem valem tanto a pena. Sabemos disso apenas quando em
situações extremas, nos contentamos com o mínimo, como um copo d’água, ou um
par de sapatos. Certa vez ouvi a história de um homem de muito sucesso, que
sofreu uma queda e ficou paraplégico. Como tinha muito dinheiro, rapidamente após
se recuperar, pode voltar a dirigir um carro adaptado e poderia mesmo ter uma
vida quase normal. Ocorre que o homem tornara-se extremamente amargo, grosseiro
com as pessoas, sempre muito queixoso. Numa certa noite, ia de carro para uma
reunião, chovia, e um dos pneus furou. Dentro do carro sem poder fazer nada,
esbravejou e socou o volante, quando de repente uma jovem e um homem já de
idade avançada, bateram na janela. Ele explicou então que era paraplégico, e o
homem se prontificou a trocar o pneu para ele. Fez o serviço embaixo da chuva.
Trocado o pneu o homem apressou-se em dar uma nota de 50 para o velho, que não
fez nenhuma menção de pegá-lo, ao que a menina que o acompanhava retrucou,
desculpe senhor, meu avô é cego. Ao que o senhor lhe disse, não precisa pagar,
fiz por que quis. Desejou boa noite, e saiu, desaparecendo aos poucos na
escuridão. É certo que a partir deste dia, o homem voltou a ser uma pessoa mais
alegre.
Saúde -
Uma questão de ponto de vista
Da mesma
forma, nós podemos voltar a ser pessoas mais saudáveis, se nos preocuparmos
menos com a doença e mais com o estado de espírito que estamos cultivando.
Nenhuma dor, nenhum mal, acontece por acaso, nosso corpo é uma máquina
perfeita, que sabe sozinha, superar-se infinitas vezes, antes que sucumba por
conta dos nossos exageros. Poluição, correria, má alimentação, colaboram para
um estado degenerativo, fazem mesmo com que fiquemos envelhecidos mais
rapidamente. Mas os nossos pensamentos, são muito mais poderosos, se usados
nesse processo de degeneração. Nossa sociedade sintética é fruto basicamente da
ganância, da vontade de ganhar dinheiro, sem cuidar muito da substância. Essa
nossa visão curta e simplista, que louva o hambúrguer e o enlatado, que
enaltece os conservantes, flavorizantes, corantes, aromatizantes,
estabilizantes, edulcorantes e toda a família de aditivos, ensinou erroneamente
as pessoas que comer não precisava ser nada muito nutritivo, assim hoje ficamos
doentes de coisas que não sabemos e nos curamos com remédios que foram produzidos
da mesma forma. Uma ciência sem alma a serviço de uma indústria que precisa
produzir milhões de unidades semi artificialmente para alimentar mal os 6
bilhões de habitantes do planeta.
É esse
estado de coisas que precisa mudar, é essa consciência que precisa urgentemente
nascer e encontrar campo para proliferar, para que qualidade de vida não seja
apenas assunto para naturebas.
Podemos
sim através da crença na própria capacidade, gerar tudo aquilo de que
necessitamos, dos bens aos alimentos, da roupa à saúde.
No que
diz respeito às soluções para corrigir estados de má nutrição, temos muitos
pesquisadores marginalizados no Brasil, porque não seguem a cartilha. Posso
citar dois que já em idade avançada, lutam para fazer valer, os conceitos de 50
anos de pesquisa. Arnaldo Gauer, que produz um composto à base de fosfato, que
é um dos elementos de que mais temos carência, porque toda a cadeia alimentar
moderna não produz e ainda rouba o pouco que temos e Francisco Antunes, também
com 50 anos de carreira, que desenvolveu uma linha de nutrientes à base de
oligoelementos extraídos de algas e carvões fósseis, que completam parte dos 50
elementos que ingeríamos a meio século e que hoje giram em torno de 18. É
natural que tenhamos doenças e que desconheçamos os meios de combatê-las. Hoje
estamos revivendo o drama de ver a tuberculose, por exemplo, que se julgava
erradicada nos centros urbanos, voltar com força devastadora, porque não foi
tratada com o melhor dos remédios, o alimento. Como já disse, nossa visão é
curta, os avanços da ciência, embora pareçam maravilhosos, vez por outra, não
consideram as consequências nas gerações futuras. Mexem no DNA das coisas e
invariavelmente, como lhes é humanamente impossível prever, não avaliam se
haverá males no futuro.
Somos nós
todos um imenso campo de cobaias, assistindo passivamente aos avanços que mais
tarde poderão significar grandes prejuízos.
Não
podemos mais ser simplistas, temos que nos ocupar de saber o verdadeiro valor
das coisas. Não precisamos também por outro lado, condenar a indústria ou a
ciência, apenas pedir-lhes e acho que podemos fazer isso, que modifiquem o seu
modo de ver e fazer. Creio que já evoluímos bastante no quesito tecnologia,
agora temos que evoluir no conceito moral e ético. E se eles não mudam, mudemos
nós. Procure ser um cidadão mais holográfico, saiba antes o que você vai dar de
comer para o seu filho. Pesquise a quantidade de agrotóxico que se usa
normalmente para cada tipo de produto que você consome. Experimente comer menos
embalados e a ter menos pressa para viver. Tudo que é feito em excesso causa
problemas, já dizia o Buda. Monoculturas, monodietas, monopensamentos,
mono-atitudes, exaurem o terreno onde são praticadas, tornam a vida mais
difícil, menos saborosa, menos nutritiva e mais curta. Agora que estamos a um
passo do milênio da evolução tecnológica, seria bom ressuscitarmos alguns
conceitos mais antigos e aliarmos os benefícios inegáveis que a tecnologia
produziu a cuidados mais ritualísticos com o corpo, com a mente e com o espírito,
independente do credo que se segue.
Saúde é o
resultado de um conjunto de coisas, as que comemos, as que pensamos, as que
fazemos. É o tempo da auto-reforma, de assumir responsabilidades consigo mesmo
e com os semelhantes. Tendo mais consciência de si mesmo, estaremos tendo mais
consciência do mundo que está a nossa volta e poderemos num passe de mágica,
corrigir todos os desvios que criamos, enquanto estávamos ocupados apenas do
progresso. Que tal tentar?
Publicado
por Fátima dos Anjos no Portal Arco íris.