Todos nós vivemos apegados a uma realidade que vivemos
no passado ou há um medo de algo que possamos viver no futuro. Ou estou
aprisionada a infância que tive.
As crenças, valores e hábitos que meus pais me
passaram.
Ou ainda... Vivo amedrontada com tudo o que posso
viver.
Vivo com medo do que possa acontecer comigo ou
ainda com as pessoas que amo.
Isto faz com que nós não percebamos o presente,
pois, estamos aprisionados a um mundo que nós próprios criamos.
Se eu tive um pai muito rígido na infância, muitas
vezes, ainda carrego este pai comigo. Na hora de me expressar, ouço a voz dele
me censurando, ou ainda, o “projeto” nos homens que conheço.
E percebo todos como sendo muito rígidos.
Por quê?
Por que estou apegada àquela imagem, estou apegada
à identidade de uma garota assustada.
Que por mais sofrimento que me traga é a que
conheço.
E a que me faz me reconhecer como um ser.
Somos tão apegados a esta realidade interna que
construímos que para mantê-las, nós distorcemos, omitimos ou ainda generalizamos
aspectos da realidade, dos outros e de nós mesmos.
Isto faz com que as nossas experiências sejam
vividas basicamente da mesma forma.
E aí repetimos para nós.
Por que isto sempre acontece comigo? Por que as
coisas não mudam?
A pergunta correta seria?
A que estou tão apegada, que preciso repetir mais e
mais vezes a mesma experiência?
Será a uma crença, a uma pessoa do passado, ou
ainda a uma ilusão de futuro?
Provavelmente, a um pouco de cada uma destas
coisas.
Pois tudo isto, em algum momento, foi necessário e
me ofereceu um suporte para viver. Mas agora, talvez eu não precise mais
disto.
Talvez eu possa, me desapegar da idéia
que tenho a respeito de mim, dos outros e do mundo.
Talvez eu possa mergulhar no vazio do “não saber”
para que de fato comece a viver.
Assim, talvez eu possa perceber que cada “Por do
Sol” é único.
Que cada experiência traz em si algo novo pois de
fato, nada está como estava a um segundo atrás.
Pois a cada momento, eu, assim, como todo o
universo estou em profunda transformação.
E assim, posso começar a viver na única realidade,
que existe.
O aqui e agora.
Monja Coen
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