Pergunta a Osho:
Por que sinto-me incapaz de dar uma risada
autêntica?
E existe algum meio de recuperar minha capacidade
natural de soltar uma gargalhada?
Você é a vítima, mas não está sozinho. Quase toda a
humanidade é vítima: vítimas de pretensões, vítimas do uso de máscaras, vítimas
da falta de naturalidade, porque vale a pena ser artificial — a sociedade
concede respeito aos falsos.
A sociedade não tem respeito pelos autênticos e
verdadeiros, porque os falsos podem ser controlados e a sociedade está muito
interessada em controlar todos os indivíduos.
Mas os autênticos não podem ser controlados e a
sociedade tem muito medo das pessoas que são autênticas, verdadeiras e
sinceras, porque não consegue forçá-las à escravidão, à obediência, a qualquer
tipo de estado opressivo, à exploração.
A falsidade recompensa. O desejo de recompensa
continua a fazer a sociedade respeitar os falsos.
E porque o falso é respeitado, toda criança começa,
devagar, a seguir os falsos. O ensinamento dos pais, o ensinamento dos
professores — o esforço todo é para que você adquira uma natureza aceitável
pelos outros.
O resultado final é um mundo fingido, onde ninguém
é verdadeiro, onde os sorrisos são falsos, onde o amor é apenas uma palavra.
Ainda hoje recebi notícias da Inglaterra.
Pesquisaram desde crianças de cinco anos até jovens de vinte e cinco,
fazendo-lhes uma única pergunta: "Quais são os dois valores que você
considera mais importantes e significativos na vida?"
É chocante ler a resposta dadas por todos, desde as
crianças de cinco anos até os jovens de vinte e cinco.
As respostas são: dinheiro e sucesso. Essas são as
duas coisas mais importantes na vida. Não o amor, não o riso, não a meditação,
não o contentamento, nem mesmo Deus. Dinheiro e sucesso.
Todavia, em um mundo onde o dinheiro e o sucesso
são tudo, você não pode ser autêntico — é perigoso. Você terá de reprimir sua
individualidade e a cada passo transigir por causa do sucesso, por causa do
dinheiro.
Osho, em "Riso: A Religião Essencial"
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