O medo de
estar só é algo natural, porque todo o mundo nasce numa família. Assim, desde o
início estamos sempre dentro de um certo grupo, dentro de um certo aglomerado,
de uma certa religião. Sempre existem pessoas ao nosso redor. Assim, estar
entre pessoas tornou-se quase natural para nós, embora isto seja apenas um
costume. Isso não é natural. No que diz respeito ao que é natural, todo o mundo
nasce só. Não importa se a pessoa nasce numa família. Por nove meses, no útero
de sua mãe, você esteve só. Depois que você nasce, sempre que fechar os seus
olhos, você se encontrará só. Mesmo numa praça de mercado, simplesmente feche
os seus olhos e você se encontrará só. Estar só é a sua verdadeira natureza, e
a aglomeração é apenas um costume. Mas o costume se tornou tão forte e você se
tornou tão inconsciente da sua natureza que existe sempre o medo de que se todo
o mundo abandoná-lo, o que você irá fazer? Na verdade você não saberá quem você
é, se todo o mundo abandoná-lo. A opinião das pessoas é que cria uma identidade
para você. Alguém lhe diz, ‘você é muito bonito.’ Ele está lhe a dar uma certa
identidade. Alguém lhe diz, ‘Você é muito inteligente,’ outro lhe diz, ‘Você é muito
alegre,’ e mais um outro lhe diz, ‘Você é tão amoroso’. Tudo isso são opiniões.
Elas podem ter sido expressadas apenas como uma forma de etiqueta, elas podem
não significar coisa alguma, mas você capta essas opiniões. E a sua
personalidade é isso. A sua personalidade depende do que as pessoas dizem a seu
respeito. É por isso que todo o mundo está tão preocupado com sua a reputação,
com o seu nome, com o seu prestígio. E a sociedade explora essa situação muito
espertamente. Ela mantém todo o mundo a tremer, com medo, porque ela tem o
poder de lhe tirar a respeitabilidade e a honra. Sem perceber, você é uma
escravo, pois depende da sociedade para a sua identidade. Sem essa identidade,
você não sabe quem você é. Esse é o medo maior de ser deixado só, é o de não
saber quem você é.
Osho
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