"Nossa
vida tem um propósito interior e um exterior.
O primeiro
deles diz respeito ao Ser e é primário. O segundo se refere a fazer e é
secundário.
O significado
genuíno, ou primário da vida não pode ser encontrado no nível exterior. Ele não
diz respeito ao que fazemos, e sim ao que somos - isto é, ao nosso estado de
consciência.
Também
estamos aprendendo que a ação, embora necessária é apenas um fato secundário na
manifestação da nossa realidade externa. O fator primário na criação é a
consciência. Não importa quanto sejamos ativos, quanto esforço realizemos,
nosso estado de consciência cria nosso mundo. Portanto, se não houver uma
mudança nesse nível interior, a qualidade das ações que executamos não fará
diferença. Vamos apenas recriar novas versões do mesmo mundo inúmeras vezes, um
mundo que é um reflexo externo do ego.
Quando temos
um lampejo de consciência ou presença, reconhecemos isso de imediato. Não se
trata mais de um simples conceito da nossa mente. Então somos capazes de
escolher conscientemente nos manter presentes em vez de nos entregar ao
pensamento inútil. Podemos convidar a presença para a nossa vida, isto é, criar
espaço.
Com a graça
do despertar vem a responsabilidade. Temos a opção de seguir em frente como se
nada tivesse ocorrido ou de ver a importância disso e reconhecer o despertar da
consciência como a coisa mais importante que pode nos acontecer. Estarmos
abertos à consciência emergente e atrairmos sua luz para o mundo tornar-se
assim o propósito primário da nossa vida.
A ação
desperta é o alinhamento do nosso propósito exterior - o que fazemos - com o
nosso propósito interior - despertarmos e nos mantermos despertos. Por meio
dela entramos no estado de unificação com o propósito que sai do Universo.
Através de nós a consciência flui para o mundo. Ela se derrama sobre nossos
pensamentos e os inspira. Inunda todas as coisas realizações, as orienta e
fortalece.
São as
modalidades da ação desperta: aceitação, prazer e entusiasmo. Cada uma delas
representa uma frequência vibracional da consciência. Precisamos nos manter
atentos para garantir que uma modalidade permaneça ativa sempre que estivermos
na execução de algo - da tarefa mais simples à mais complexa. Caso não
estejamos no estado de aceitação, nem no de prazer, nem no de entusiasmo, é
porque estamos causando sofrimento a nós mesmos e aos outros.
Embora
possamos não gostar de fazer determinadas coisas, precisamos ao menos aceitar
que temos de executá-las. Aceitação significa o seguinte: por enquanto o que
esta situação, este momento requer de mim é isto, então eu o faço de boa
vontade;
Se você não
conseguir encontrar prazer no que vai fazer nem aceitar que deve executar isso,
pare. Caso contrário não estará assumindo a única responsabilidade que você de
fato pode assumir e que também é algo que importa de verdade: seu estado de
consciência. E se você não faz isso, não se responsabiliza pela vida;
Na nova
Terra, o prazer substituirá o querer como a força motivadora dos nossos atos. O
querer deriva da ilusão do ego de que somos um fragmento isolado desligado do
poder que se encontra por trás de toda criação. Por meio do prazer, nos
conectamos a esse poder criativo universal.
A expansão e
a mudança positiva no nível exterior têm muito mais probabilidade de ocorrer na
nossa vida se formos capazes de sentir prazer
no que já estamos empreendendo, em vez de esperarmos por uma mudança
para então passarmos a gostar do que fazemos.
Quando
tornarmos o momento presente, e não o passado nem o futuro, o nosso ponto focal,
a capacidade que temos de gostar do que estamos fazendo aumenta
extraordinariamente e com ela, a capacidade da nossa vida;
A alegria
não acontece - nunca. Ela emana da dimensão sem forma em nosso interior, da
consciência em si, portanto é una com quem nós somos.
Sentimos
prazer com qualquer atividade em que estejamos plenamente presentes, com toda
ação que não seja um meio para alcançar um fim. O que nos proporciona essa
sensação não é o ato que executamos e sim, a energia vital que flui para ele.
Essa animação e o que nós somos existem como uma coisa só. Isso significa que
quando temos prazer em fazer algo, estamos de fato sentindo a alegria do Ser no
seu aspecto dinâmico. É por isso que tudo o que nos dá prazer nos coloca em
contato com o poder que está por trás de toda criação."
Eckhart
Tolle em Em Comunhão com a Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário