A vida é
uma trama infinita onde todas as coisas, visíveis ou não estão entrelaçadas.
Pessoas, situações e coisas formam um cipoal imenso e muito além da nossa
capacidade de compreensão e absolutamente coerente com o Propósito Supremo de
todas as coisas.
Não
existe portanto ação, seja de que ordem for, que não traga conseqüência. Não
existe gesto inocente, pelo menos no sentido literal da palavra. Do mesmo modo
não existem meias verdades, meias mentiras, ou qualquer outro nome ou figura
que se use para justificar nossa necessidade de manipular os resultados da
vida. Cada gesto gera uma conseqüência, infalivelmente, hoje ou daqui a cem
anos.
Desse
modo tudo aquilo que é feito no correr de um dia, determina o momento seguinte
e assim por diante. Se queremos que determinada coisa aconteça, devemos
trabalhar direta e deliberadamente para isso, sem jogos, sem dissimulação. Caso
contrário ou estamos nos enganando ou não queremos de verdade e aí estaremos
nos enganando duplamente.
Deus
perdoa as crianças, porque vivem o recomeço e as conseqüências de seus gestos
são amortecidas temporariamente, mas não esquecidas, porque no futuro o desenho
de sua própria trama, haverá de ser reavaliado.
Não
podemos aceitar conviver com pessoas, situações e coisas e do mesmo modo, não
podemos limitar outras, para atender aos nossos caprichos e medos. A vida ou é
um exercício de alto risco, ou não é nada.
Os
limites na vida, não são impedimento, mas muito mais, visualização de
território.
Aquilo
que não é feito, não produz resultado, nunca. O comprometimento que não se
torna explícito é um laço frouxo, é porta para o desvio, aquilo que o ser
humano mediano focado apenas na matéria chamaria de acaso ou fatalidade, porque
não enxerga a fina trama que une todos os gestos.
Entre os
que dormem desculpável, que venham as sucessivas reencarnações, que venham os
altos e baixos da vida e aquele "dar de ombros" de quem diz
"coisas da vida".
Entre
despertos, por pouco que seja, inconcebível, porque nesses o peso será maior.
Sujeitos sim às mesmas leis, terão mais trabalho, sofrerão mais fundamente as
inconseqüências de suas ações.
Aos que
dormem é dado o direito de repisar comportamentos, a massa só pode ir ao forno
se for homogênea. Aos despertos não, porque a evolução é constante e não se
assa duas vezes o mesmo pão e é obrigação portanto dar soluções mais elevadas,
para os mesmos problemas.
Estar
desperto, não significa ser perfeito ou superior, porque o edifício evolutivo é
interminável, mas já é motivo suficiente para não ser medíocre, já oferece base
adequada para perguntas mais sólidas e comportamentos levemente diferenciados.
O
desperto sabe que as coisas não são finitas, que a experiência abandonada hoje
voltará necessariamente amanhã e sempre em condições menos favoráveis na
proporção do grau de abandono.
O
desperto sabe que se tentar viver como medíocre, terá sucesso no mundo dos
medíocres e ficará em débito com o mundo dos despertos.
Será o
máximo (em terra de cego quem tem um olho é rei) e será idolatrado, porque os
medíocres se espantam e admiram de tudo, mas estará invariavelmente acumulando
fardos que teria de carregar para o mundo dos despertos.
O
desperto enfim não dissimula, à espera do melhor resultado, à espera do que lhe
seja conveniente para dessa forma poder sempre ter uma desculpa ou uma válvula
de escape.
O
desperto assume posturas e quando erra pede perdão e automaticamente se propõe
a não cometer o mesmo erro. Os outros despertos perdoam e sabedores de que são
suscetíveis de erro, (quem não erra?) retomam a caminhada. Os que dormem são os
que atiram pedras e viram as costas, apoiados na visão embaçada que uma ida à
igreja no domingo já lhes garantirá um terreninho no céu.
Os
despertos enfim, sofrem mais, porque não é fácil viver cercado de medíocres,
mas sabedores que a vida é uma trama infinita, conscientes de que também estão
evoluindo e que também tem débitos acumulados, ainda no tempo de sua
mediocridade, levantam a cabeça e seguem, porque a vida não para nunca.
Os medíocres,
dão de ombro e mudam de gente e lugar como quem troca de roupa. Atravessam a
rua ou viram a cara para não cruzar com o inconveniente. Mudam de comportamento
em função do ambiente em que se encontram e vivem com a cabeça ocupada em
pensar histórias mirabolantes para justificar os passos de sua vida. E não
percebem que há despertos em volta (sempre há) que lhes vislumbram as
tentativas sabidamente infrutíferas que estes fazem para enganar o mundo e a si
mesmo de que estão sempre certos e que nunca serão descobertos nas suas
mediocridades. E fazem muitas coisas mais, para disfarçar o tormento interior
que lhes consome até o dia em que certamente despertarão.
Enquanto
isso lançam a dúvida, mãe das paixões de larga prole e se comportam de maneira
subjetiva dando margem à suspeita, mãe de todas as tragédias, achando que assim
garantirão um lugar nesse mundo pequeno das aparências, levantando muros de
palha atrás dos quais se sentem seguros esquecendo que venta. Aceitando favores
condicionados e ferindo friamente os corações que lhes são próximos apenas para
saciar seus desejos pequenos de progresso e conforto, esquecendo que a trama da
vida é uma fina renda por onde as almas despertas passeiam e as almas medíocres
se enroscam como quem entra numa casa abandonada cheia de teias de aranhas.
Aliás penso que a aranha existe exatamente para nos mostrar isso, a necessidade
da leveza dos passos.
Aos
despertos cabe enfim, conscientes de que também são pequenos diante das leis
superiores, amá-los, confiando verdadeiramente que haverão de despertar. E
permanecer próximos para estender-lhes as mãos tão logo seus olhos se abram
para que os primeiros raios da luz da vida renovada os alcance e corajosamente
quietos e impassivos até que o último segundo de escuridão se dissipe. Porque
para tudo existe um tempo (Eclesiastes 3:1/21) que nem é curto, nem longo, mas
absolutamente executável se quisermos aqui e agora, pelo simples poder da nossa
vontade.
A vida é
uma trama infinita onde todas as coisas, visíveis ou não estão entrelaçadas.
Pessoas, situações e coisas formam um cipoal imenso e muito além da nossa
capacidade de compreensão e absolutamente coerente com o Propósito Supremo de
todas as coisas. Se estou desperto é minha obrigação lembrar disso em cada ato,
pensamento e palavra em minha vida e na vida dos que estão ao meu redor neste
tempo momento e lugar.
Pedro
Reis é jornalista, astrólogo
fonte:
caldoquantico.com.br
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