"A
emoção nasce no lugar onde a mente e o corpo se encontram. É a reação do corpo
à nossa mente ou, podemos dizer, um reflexo da mente no corpo.
Em
geral, não temos consciência de todos os nossos padrões de pensamento. Só é
possível trazê-los à consciência quando observamos nossas emoções.
Quanto
mais identificados estivermos com nosso pensamento, com as coisas que nos
agradam ou não, com nossos julgamentos e interpretações, ou seja, quanto menos
presentes estivermos como consciência observadora, mais forte será a carga
emocional, tenhamos ou não consciência disso.
Se
quisermos conhecer mesmo a nossa mente, o corpo sempre nos dará um reflexo
confiável. Portanto, observe a sua emoção ou melhor, sinta-a em seu corpo...
Você pode permitir que a emoção esteja ali, sem deixar que ela assuma o
controle. Você não é mais a emoção. Você é o observador, a presença que
observa.
Concentre
sua atenção dentro de você. Sinta a energia da emoção. Se não há emoção
presente, concentre sua atenção mais fundo no campo da energia interna do seu
corpo. Essa é a porta de entrada para o Ser.
Uma
emoção, em geral, representa um padrão de pensamento amplificado e energizado.
Por conta da carga energética quase sempre excessiva que ela contém, não é
fácil, a princípio, termos condições de observá-la. A emoção quer assumir o
controle, e quase sempre consegue, a menos que você esteja presente e alerta.
Se você for empurrado para uma identificação inconsciente com a emoção, ela se
tornará, temporariamente, ‘você’. É comum se estabelecer um círculo vicioso
entre o pensamento e a emoção porque um alimenta o outro. O padrão do
pensamento cria um reflexo amplificado em si na forma de uma emoção, fazendo
com que a frequência vibratória desta permaneça alimentando o padrão do
pensamento original. Ao lidar mentalmente com a situação, acontecimento ou
pessoa que é identificada como causadora da emoção, o pensamento fornece a
energia para a emoção, a qual, por sua vez, energiza o padrão de pensamento, e
assim por diante.
Quanto
mais a mente tenta se livrar do sofrimento, mais ele aumenta. A mente nunca
pode achar a solução, nem pode permitir que encontremos a solução, porque é,
ela mesma, uma parte intrínseca do ‘problema’.
Não nos
livraremos desse sofrimento enquanto não extrairmos o sentido de eu interior da
identificação com a mente, ou seja, do ego. A mente é, então, derrubada da sua
posição de poder, e o Ser se revela em si mesmo, como a verdadeira natureza da
pessoa.
Precisamos
nos tornar plenamente conscientes de nossas emoções e sermos capazes de
senti-las, antes de sermos capazes de sentir aquilo que está além delas. A
palavra emoção significa, literalmente, ‘desordem’. A palavra vem do latim
emovere, que significa ‘movimentar’.”
As
emoções... sendo uma parte da mente dualística, estão sujeita à lei dos
opostos.
Enquanto
estivermos identificados com as nossas mentes, o que significa dizer, enquanto
estivermos inconscientes espiritualmente, o sofrimento será inevitável.
Refiro-me aqui ao sofrimento emocional, que é também a causa principal do
sofrimento físico e da doença. O ressentimento, o ódio, a autopiedade, a culpa,
a raiva, a depressão, o ciúme e até mesmo uma leve irritação são formas de
sofrimento. É o inseparável oposto, que se manifestará com o tempo.”
Eckhart
Tolle em O Poder do Agora
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