Às vezes, a gente pensa que gostar de ajudar é
simplesmente porque temos bom coração, temos boas intenções. Mas será que,
quando a gente está nessa de ajudar, nós não estamos apenas exercitando a nossa
vaidade, querendo ser apenas o "bacanão"? Será que quem está do outro
lado, recebendo, não sente que você está apenas o usando para satisfazer o seu
orgulho ou sua vaidade?
É muito fácil dar, principalmente aquilo que está
sobrando para nós. É muito fácil estar do outro lado. Por mais que uma pessoa
necessite de ajuda, por maior que seja o seu problema, receber é sempre muito
complicado. Então, o ato de ajudar deve vir acompanhado de muita sutileza, de
muita discrição, de um jeito que não humilhe quem está recebendo.
Será então que você está se dando de modo certo ou,
mesmo, será que você está dando o que realmente o outro necessita? Mas também,
por outro lado, não adianta ficar se preocupando muito com o que os outros
andam pensando. A gente tem é que ir fazendo as coisas, e, entre os erros e
acertos, tentar ser o mais honesto possível.
Ser bom não é ser "trouxa". É preciso ter
coragem e firmeza, senão os outros abusam e você acaba passando da medida.
Muita atenção para não dar as costas e ser esfaqueado por quem você acha que
está ajudando. Afinal, as pessoas quando estão caídas costumam ficar muito
ressentidas com quem está melhor.
Mas é muito bom prestar atenção em você, nas suas
atitudes: será que você é bom de coração ou é bom apenas socialmente? Porque
essas duas "bondades" são muito diferentes.
Quando a gente é bom de coração, a gente age com
firmeza, sem usar daquele artifício de voz mansinha, molinha, não. Isso é
apenas um truque, e as pessoas percebem que é muito falso. É preciso dizer as
verdades, impor a vontade que está no coração, sem adular ninguém. Para ser
bom, é preciso, antes de qualquer coisa, ter força e consciência de que apenas
a verdade leva para a frente, levanta e resolve qualquer problema, qualquer
dificuldade.
Agora, a bondade social é aquela chaga. Você adula,
diz o que o outro quer ouvir, faz voz mansinha, parece até um anjo. Mas apenas
alimenta a sua vaidade e afunda mais o outro na ilusão. É uma bondade da boca
para fora, uma ação que não enfrenta a verdade e apenas "mima" e
adula.
Não adianta mimar ninguém, porque a vida só faz
sofrer os mimados. E quando a vida faz sofrer, é apenas para que a gente
perceba que no sofrimento é que ficamos fortes e que não tem lugar para os
mimados e fracos. Vamos é ser firmes ao falar e firmes quando usarem de firmeza
com a gente, sem a velha desculpa de que somos sensíveis e precisamos ser
tratados com carinho.
Só assim é que poderemos ser bons e prestar de fato
um serviço a quem precisa, sem que ninguém abuse da gente.
Calunga, "Fique com a LUZ".
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