quarta-feira, 29 de agosto de 2018

EXPANDINDO CONCEITOS…


Mensagem de Ivete Adavaí

23 de agosto de 2018

Realmente cada ser que habita a Terra é um universo em miniatura com todas as complexidades inerentes a tal magnitude.

Não se deve fixar regras, criar conceitos prévios ou achar que tudo vale para todos, a todo momento e em quaisquer circunstâncias.

O fato de que cada um está em um nível de consciência a que se pôde alcançar é algo que não pode ser subestimado, visto que isso põe em perspectiva tudo o que daí decorrer.

Um argumento recorrente, aquele que diz que o outro nos reflete, e que tudo aquilo que vemos no exterior é um espelho do que trazemos internamente, tem-se mostrado verdadeiro, desde que se use de discernimento e não transforme isso em doutrina, aplicável a toda e qualquer situação, sem que se avalie detidamente se aquilo faz sentido, no caso.

Por exemplo, se em determinada situação, alguém me trata mal, é descortês ou inábil em sua atuação em relação às minhas necessidades/demandas, supõe-se logo que ela esteja “refletindo” algo que eu mesma projetei, e, por isso, eu preciso fazer uma introspecção, para verificar o que eu emiti para receber de volta aquele comportamento hostil, ou no mínimo, inadequado.

Muito bem, isso poderá funcionar… ou não. Porque a vida nesta dimensão em que estamos não é algo que possa ser reduzido a uma simples resposta como resultado de uma ação versus reação.

Tudo é muito complexo e intricado para poder corresponder a uma conclusão simplista, às vezes clichê ou pré-determinada. Temos que nos lembrar de que o ser humano é multifacetado em todos os seus aspectos (físico, emocional, mental, espiritual) portanto, reduzir um fenômeno a ponto de se acreditar que tudo pode ser simplificado como em uma operação matemática, é subestimar as nossas capacidades intrínsecas.

Continuando com o exemplo acima, dos maus tratos, acrescentemos o fato de que isso ocorre em relação a várias situações, pessoas e circunstâncias. E aí? Como compreender tanta hostilidade como sendo tão-somente um mero reflexo do que me vai no íntimo? Não seria útil pensarmos de forma mais ampla para abrangermos outros aspectos mais profundos do que algo tão “na cara”?

E se, somente e se… a reação desencadeada nas pessoas em relação aos tratos conosco, for uma ação orquestrada por nosso Eu Superior para nos devolver a nós mesmos? Sim, porque, na medida em que não se pode contar com a receptividade gentil do outro, ou dos muitos outros, só nos resta voltar para nós mesmos, nosso último bastião, para nos conectar com aquilo que nos é mais sagrado e verdadeiro, e fazer um acordo de apoio e solidariedade internos, uma vez que o exterior nos impeliu a isso, o que deveria ser a coisa normal a ser feita sempre, mas que foi necessária uma reação em cadeia, em que muitos nos deram as costas, para que pudéssemos refletir nas causas do comportamento em referência.

O outro/outros são nossos mestres na medida em que nos fazem voltar para nós mesmos, em busca dos nossos recursos internos, de nossa capacidade de reavaliação do que está ou não em harmonia e equilíbrio. Assim, saímos um pouco da conclusão pré-pronta, um tanto lugar-comum, de que o feedback que o outro nos oferece seja sempre uma reação a alguma ação nossa, imediata, e para que assim possamos ir além, em busca de um significado que faça um sentido melhor para nós e que seja útil na medida em que vamos utilizar o insight advindo disso em nosso benefício, enquanto seres complexos e multifacetados que somos. E também serviremos de exemplos para outras pessoas que estejam passando por algo parecido. Até porque as lições da vida são sempre apresentadas no nível de compreensão/consciência de cada um, uma vez que as lições/desafios se tornam mais sutis e menos dramáticos, à medida que evoluímos e não podemos nos dar ao luxo de reduzir tudo a um denominador comum, que não nos levará a lugar algum. É por isso que precisamos resolver nossas questões a partir do nosso espaço sagrado.

Voltando ao início das minhas considerações, se quisermos ficar no previsível, podemos dizer que o outro/os outros nos trataram do mesmo modo como nos tratamos: mal. Ou seja, na medida que nos “refletem”, nos devolveram para nós mesmos, fazendo com que descobríssemos o quanto estávamos nos deixando de lado, nos subvalorizando, deixando de refletir nossa verdadeira luz. Nesse caso, expandimos nossa compreensão para além de um simples “diagnóstico”. O que sugerimos aqui é expansão… sempre, e não a mera opção de uma coisa ou outra.

Ivete Adavaí adavai@me.com

https://adavai.wordpress.com/2018/08/24/expandindo-conceitos-23-08-18/

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